Distúrbio do desenvolvimento neurológico, que pode ser identificado desde o primeiro ano de vida, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que se caracteriza pelo atraso no progresso das habilidades sociais, comunicativas e cognitivas de um indivíduo.
O espectro pode ter relação com deficiências intelectuais, dificuldades de coordenação motora e de atenção, bem como pode estar vinculado a problemas de saúde física.
Dessa forma, portadores de TEA podem desenvolver transtornos gastrointestinais, de déficit de atenção e de hiperatividade, além de outras mazelas.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), por volta de 70 milhões de pessoas no mundo sofrem com esse transtorno. Ainda segundo a entidade, uma a cada seis crianças no planeta apresenta quadros de TEA.
E é no sentido de reforçar a conscientização sobre esse distúrbio e proporcionar visibilidade ao assunto que o mês de abril foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) o mês de conscientização do autismo, a partir da escolha do dia 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
Conheça um pouco mais sobre o Abril Azul e o seu propósito.
Instituído pela ONU em 2008, o Abril Azul visa dar maior notoriedade para a causa do autismo, promovendo um despertar de interesse da população pelo tema. O mês é marcado por uma série de atividades e ações alusivas ao despertar de consciência para o TEA.
A cor azul é utilizada para simbolizar o autismo em razão de sua maior incidência na população masculina. Embora atinja pessoas de todas as etnias e classes sociais, o público masculino representa 80% dos casos diagnosticados.
A campanha Abril Azul direciona o olhar para a temática autista, na perspectiva de conscientizar a população a respeito desse público, e da necessidade de promoção da inclusão social dessas pessoas.
Na medida em que se aborda a questão do TEA e se populariza o debate acerca de tal, difundem-se informação e conhecimento sobre um conteúdo ainda desconhecido por muitos.
Desse modo, a campanha Abril Azul desempenha o papel de apresentar as características particulares da condição especial do espectro autista, enfatizando que ela não é uma doença.
Ao estimular a compreensão de que uma pessoa com TEA não é doente, a campanha ajuda a formar um senso coletivo de inclusão e de amparo para a causa.
O autismo é um transtorno caracterizado por apresentar muitos subtipos, sendo capaz de se manifestar de maneiras diferentes em cada pessoa. É por conta dessa abrangência que se utiliza o termo “espectro”, dados os variados níveis de comprometimento envolvidos.
É possível encontrar pacientes de TEA que apresentam outras doenças e comorbidades associadas ao transtorno, como deficiência intelectual e epilepsia. Da mesma forma, é possível se deparar com pacientes independentes, que levam vidas comuns, ou até alguns que nem sabem que apresentam TEA, pois nunca foram diagnosticados.
Diante dessa complexidade, campanhas como o Abril Azul cumprem uma função social de extrema importância, ao tornar esse conhecimento massificado.
Os últimos anos têm registrado um crescimento no número de diagnósticos de autismo em todo o mundo, com mudanças nos critérios de diagnóstico e na incorporação de novos transtornos ao TEA, o que aumenta a necessidade de mobilização diante da temática.
O aumento dos diagnósticos levou, consequentemente, a um aumento na oferta de tratamentos e de políticas públicas para a área, o que também merece ganhar visibilidade.
Outro ponto que demanda engajamento é a vulnerabilidade e o desamparo de muitos autistas e familiares, que não encontram um direcionamento ou uma rede de apoio adequada para as suas carências.
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