De acordo com o Boletim Epidemiológico de 2020, do Ministério da Saúde, somente entre os anos de 1999 e 2019 foram notificados mais de 670 mil casos de hepatites virais no Brasil através do Sistema de informação de Agravos de Notificação (Siran).
Em linhas gerais, a hepatite pode ser descrita como uma inflamação no fígado. A doença possui tipos diversos e age de forma silenciosa, sendo capaz de provocar algumas complicações bastante sérias, como a insuficiência hepática e a cirrose.
Portanto, é importante conhecer um pouco mais sobre a hepatite e sobre os seus tipos para saber identificar corretamente os sintomas e procurar por um médico rapidamente.
Os tipos de hepatite
Antes de abordar os principais tipos de hepatite, se mostra válido destacar alguns aspectos da ação da doença no organismo.
A hepatite é uma inflamação no fígado, órgão que atua como uma espécie de filtro no corpo humano, sendo responsável por funções como a conversão de nutrientes em energia. Logo, ele é essencial para o funcionamento de todos os sistemas.
Além disso, o fígado também produz a bile, cuja função é emulsificar as gorduras e livrar o corpo de toxinas solúveis, bem como do excesso de hormônios.
Entre as principais causas da hepatite é possível destacar:
– Consumo excessivo de álcool;
– Doenças autoimunes;
– Hipotensão grave;
– Infiltração gordurosa no fígado;
– Vírus;
– Uso abusivo de medicamentos;
– Drogas;
– Choque circulatório.
Devido à diversidade de causas e às complexidades específicas de cada cenário, a hepatite foi categorizada em sete tipos diferentes, que serão devidamente explicados a seguir.
Hepatite A
A hepatite A é viral e transmissível, de modo que pode ser contraída através de alimentos contaminados, da água ou por meio de relação sexual desprotegida. A doença possui um potencial de cura espontânea em cerca de 90% dos casos, de modo que o vírus é eliminado do organismo através das fezes.
Hepatite B
Outro tipo de hepatite viral é o B, que é transmissível através de fluidos corporais. A doença é conhecida como soro-homóloga e as suas principais formas de contágio são materiais cirúrgicos não esterilizados e capazes de provocar cortes.
Existem vários presentes no dia a dia, cujos cuidados podem passar despercebidos, como é o caso das lâminas de barbear e dos alicates de unhas. Além disso, as relações sexuais sem preservativo também são veículos da doença.
Hepatite C
Também transmissível através de fluidos corporais, a hepatite C tem formas de contágio similares às da hepatite B.
Entretanto, trata-se de um tipo mais perigoso porque pode acabar evoluindo para cirrose ou câncer de fígado, quando não tratada corretamente. Porém, quando o paciente recebe os cuidados adequados, as chances de cura são de 95%.
Hepatite alcoólica
Como o nome sugere, a hepatite alcoólica é causada pelo consumo excessivo de álcool, uma droga hepatóxica. Pode evoluir para a cirrose e para a falência hepática, e o seu tratamento consiste na suspensão total do consumo de álcool
Hepatite medicamentosa
Qualquer tipo de medicação pode causar alterações no fígado e comprometê-lo, causando hepatite medicamentosa, especialmente quando o uso é prolongado. Portanto, é importante fazer um monitoramento regular dos danos para evitar este cenário.
Hepatite autoimune
A hepatite autoimune acontece quando o sistema imunológico apresenta falhas e não identifica as suas próprias células, fazendo com que elas sejam atacadas por anticorpos, o que enfraquece e sobrecarrega o fígado.
Essa forma da doença é mais comum em mulheres e pode evoluir para uma versão crônica, como a cirrose hepática.
Hepatite crônica
Existem alguns casos nos quais a hepatite pode apresentar quadros que se prolongam por mais de seis meses. Em geral, isso está associado a uma evolução da hepatite B. Portanto, ela passa a ser tratada como uma doença crônica e que exige muita atenção.
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